A Vingança Nunca é Plena!

A emblemática frase de Seu Madruga tem todo o seu sentido!
A emblemática frase de Seu Madruga tem todo o seu sentido!

Quem costuma assistir El Chavo del Ocho, conhecido aqui no Brasil simplesmente como Chaves, já deve estar bem familiarizado com a frase imortalizada pelo Ramón Valdés. A frase, que é estampada no título deste texto, é complementada com outra seguinte afirmação: “mata a alma e a envenena“. Mas esta frase, embora vindo de um seriado humorístico, deve ser bem levado a sério nas nossas vidas, pois de fato, não existe plenitude em cumprir com a sua vingança, isso sem falar que ela envenena a nossa alma, nos destrói. Acabamos por fim, em assumirmos um papel de obsessores, desejando mal a esta pessoa a todo e qualquer custo, por mais mal, que a pessoa que queremos vingar, tenha feito. Diz um ditado popular também de que a vingança é um prato que se come frio. Não é mesmo que saborear um sorvete ou uma saladinha, mas digo que estamos saboreando algo amargo difícil de degustar e saborear. Lembro da experiência que tive recentemente, em que tive um desprazer de comer uma pizza fria, que quase me deu uma ânsia de vômito, apesar de eu ser um fã louco e apaixonado por pizza. É disso que o ditado popular quer dizer. Não é prazeroso se alimentar de vingança, pois às vezes dá azia e ânsia de vomito em nossas vidas, e essas sensações acabam sendo muito ruim pra nós, pois acaba inclusive nos envenenando, como proclamou o sábio Seu Madruga, digo Ramón Valdés.

Mas por que a vingança nunca é plena? Pelo simples fato de não haver nada depois da vingança ser cumprida. Uma pessoa que jura vingança contra outra a todo e qualquer custo contra outra pessoa, acaba jogando fora, toda a sua perspectiva de vida e sentido da vida no lixo, focando apenas em sua vingança. Há quem diga que exista uma vingança nobre, mas na minha humilde opinião, não existe nenhuma nobreza em uma vingança, seja qual for o motivo, mesmo que uma grande parcela da sociedade esteja de acordo e se sinta beneficiada (quem sem sempre se converte realmente em benefício para a mesma). A pessoa que jura vingança, geralmente jamais pensa na vida depois da mesma vingança ser cumprida, e a cada dia que se passa, acaba dominando todo seu foco, estratégias, perspectivas e planos. Além da vingança servir apenas para destruir, ela em nada nos acrescenta em nossas vidas, o que muita das vezes nos dá uma sensação de um certo vazio. Isso sem falar que a mesma vingança acaba gerando uma gerra que não terá fim, que irá gerar tragédia atrás de tragédia. Mas por que a vingança mata a alma e a envenena? Por que para a vingança ser levada até o fim, ela é alimentada de um combustível muito perigoso: o rancor. O rancor é nada mais que segurar o carvão em brasas, torcendo para que a pessoa sinta as dores, ou beber o veneno, esperando que a pessoa morra. Eis aí o ponto principal: o veneno! O veneno que nos destrói e nos joga mais no fundo do poço, pelo simples prazer de ver outra pessoa sendo destruída a qualquer custo.

Enfim, de nada adianta ficar esse venenoso sentimento, que fere não somente a pessoa alvo de sua vingança, como também, a pessoa vingadora. Isso é o resultado da nossa noção primitiva, que foi fundamental nas leis da antiguidade, em que o lema principal é nada além que “olho por olho e dente por dente“, em que as pessoas querem passar a vida julgando e condenando uns aos outros, para satisfazer e massagear seus egos. A vingança, portanto, não faz parte do nosso processo evolutivo. Perdoar é a melhor forma de promover a paz, a mesma paz que tanto desejamos, mas não necessariamente do jeito que queremos, e sim, da melhor forma que traga benefício a todos. Se todos são beneficiados com uma escolha e decisão, o caminho está correto, caso contrario, tem algo de errado. É muito melhor resolver inimizades e conflitos por meios de diálogos, do que por atos de vingança, gerando uma enorme bola de neve que faz transforma em algo mais grave, gerando fatalidades que podiam ter sido evitadas.

Que nós possamos trabalhar a compreensão, a humildade e principalmente o perdão, ao invés de vingança, ódio e rancor, que devemos trabalhar também o perdão e a bonança, pois isso é o verdadeiro principio do amor e da caridade. Lembremos que devemos nos amar, nos entender e nos compreender uns aos outros, pois ninguém é perfeito e não temos autoridade nenhuma para julgar e condenar o nosso próximo. Sei que existem dores difíceis de superar, mas não existe nada mais consolador e curador que o próprio perdão, pois o perdão tira de nós, um enorme peso que temos em nossas costas, enquanto a gente manter este sentimento de vingança, a gente acaba nos remoendo e nos destruindo por dentro.
Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

Últimos Posts de