Redes Sociais: O Carma das Empresas – Parte 1

Cerca de 55% empresas brasileiras proíbem e/ou bloqueiam redes sociais e mensageiros instantâneos e e-mails particulares, segundo o site da Midia Social Post. É uma prática muito comum em ambientes corporativos, onde os gestores tem uma mentalidade desatualizada e pouco conhecem bem os prós e os contras da internet. Nestes ambientes, o principal argumento das proibições, são os que as redes sociais prejudicam a produtividade dos funcionários e a qualidade do trabalho fica menor, já que os mesmos ficam distraídos do trabalho. Outro argumento é que as redes sociais trazem risco a segurança de dados sigilosos da corporação e que a propagação destes dados provocarão impactos em seus negócios. Por fim, há empresas que alegam que proíbem, por aumentar custos com a rede corporativa e deixa os equipamentos de trabalho expostos a vírus, cavalos de tróia, etc.

As empresas que usam como principal argumento, a queda da produtividade, isto é, a maioria deste universo de empresas que apresentei, costumam trabalhar com a metodologia administrativa fordista, taylorista, feudal ou qualquer coisa do gênero. Em outras palavras, possuem um conceito antiquado da produtividade, onde acham que quem fica o tempo todo focado e direcionado apenas a uma única tarefa, sem nenhum tipo de “distração”, é que faz o trabalho com boa qualidade. Então vamos a analogia: se você, cliente, contratar um serviço de freelancer pra fazer um serviço dentro de um prazo estipulado, mas ele entrega o trabalho bem feito e dentro do prazo, você, obviamente, ficará satisfeito, certo? Quem te garante que o freela, durante o desenvolvimento do serviço (e você ainda ficou satisfeito com o serviço), não acessou o Orkut, Facebook, Twitter, não bateu um bom papo no MSN ou não ficou em dia, navegando na blogosfera e lendo seus e-mails? Caso ele acesse, ele vai deixar de ser um bom profissional por conta disso, mesmo ele fazendo serviços com qualidade e competência?

Logo, tática de vigiar e punir não deve ser aplicável em empresas, principalmente quando se trata em acessar as redes sociais. Esta tática pode punir bons profissionais e grandes talentos e favorecer os que estão pouco aptos a se enquadrarem ao perfil que a empresa busca (ou seja, os incompetentes), gerando uma alta rotatividade de pessoal. E rotatividade profissional gera custo, e torna ainda mais difícil reter talentos e conhecimentos. Quando o funcionário acessa às mesmas redes e com disciplina, ele não terá dificuldades em entregar o seu trabalho com competência e qualidade. E ainda estará mais propenso a fazer uma diferença dentro da empresa e inovar dentro do seu trabalho. Pois a inovação não vem do nada, vem da observação e do diálogo, seja ela internamente ou externamente, já que a empresa não existe sem os fatores externos, como o mercado consumidor, por exemplo.

Claro que há aqueles funcionários sem-noção que não tem comprometimento com o trabalho e preferem ficar o dia todo voando navegando em sites indevidos. No slide em que coloquei em outro artigo, o mesmo afirma que os incompetentes não precisam de controle, pois todos sabem que eles são incompetentes. Um empresa séria e que quer se destacar no mercado, não merece ter um profissional incompetente. A empresa precisa acima de tudo, investir na educação no uso das redes sociais e não punir quem acessa.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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