Pobre mulher agoniada e aflita
De tantos problemas, está deprimida
Não suporta mais os berros de criança
nem mesmo o seu marido nas lambanças
Por isso, ela senta no corrimão da passarela
Não enxerga a paz, nem o amor
Passa o dia sentindo apenas dor
Ouve sermão sobre sermão
mas ninguém lhe dá a compreensão
E já espera o trem chegar à passarela
Ela só queria um pouco de amor
mas querem ela na perfeição
Sua vida é como trem pagador
que vive assaltada em cada estação
Ela se despede do mundo, sobre a passarela
Em cada minuto, ela perde o sabor
Cada dia é uma tormenta
Ela chama de castigo, o seu labor
Sua própria vida ela não mais sustenta
E o consolo veio com o apito do trem chegando à passarela
Ela diz adeus ao seu pequeno mundo
Um mundo dominado por cobras venenosas
Sua alma está surda e o coração, mudo
Não quer mais viver como uma cadela raivosa
Quando o trem chegou, ela cai da passarela