Oficina de Loucos

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Vivo num mundo onde a razão não existe
Onde nunca tive vez para expressar as ideias
Diariamente acordo sob o som dos uivos das corujas
no meio das altas madrugadas dominadas pelas mazelas
E no fim de tudo, a impotência domina por completo

Nada posso dizer, pois vivo amordaçado
Nada consigo fazer, já que sou acorrentado
Sou condenado por cada coisa que faço
Castigado duramente com golpes de balaços
Cada dia é minha masmorra, minha vida é oficina de loucos

Diariamente testemunho absurdos inadmissíveis
Mas para minha sobrevivência, me silencio
Sou culpado pela minha condenação risível
E pelo resto da minha vida, viverei como ridículo
Sem uma luz tangível a mim, sem nenhuma voz sincera

Aqui eu estou, mergulhado na minha ingratidão
Sem ao menos uma mão amiga pra me tirar da solidão
Sem ninguém para me dar bom dia ou um afago
Aqui estou eu, estranho e ridicularizado
Em meio desta oficina, onde todos são iguais

Não quero ser uma mera figura decorativa
Ou alguém sem significado e sem importância
Quero poder sentir as boas maravilhas
Sou diferente, logo, não tenho demência
E fugirei com minha menina, para longe da loucura

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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