Adão, Eva e o Paraíso

Viestes tu, comer deste fruto proibido? Viestes tu, experimentar as delícias do mundo?

Ouvi dizer que há bilhões de anos atrás, ocorre então uma grande explosão que deu origem a vários corpos celestes e a tudo que vemos hoje. Não sei o que acontecera antes desta explosão, mas não posso falar pois minha mente ainda não está preparada para entender estas coisas. Da mesma forma não posso afirmar que tudo do universo provém daquela explosão que todos a chamam de Big Bang, que, aliás, não passa de uma simples teoria para entendermos a arquitetura do Universo. Talvez a teoria do Big Bang seria comparada às parábolas de Jesus Cristo para o entendimento do Universo, principalmente aquelas que ele diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.

Há três mil anos atrás, acreditávamos que o Universo foi criado em sete dias, hoje dizemos que o Universo foi criado de uma grande explosão, mas o que diremos a todos sobre a criação do Universo daqui a três mil anos? Por mais que existam pessoas afirmando que somos descendentes de macacos, ainda acreditamos que num certo dia existiu um homem chamado Adão e uma mulher chamada Eva. Essa crença, acredito jamais mudará, por mais evoluídos e avançados tecnologicamente estivermos, porque aceito isso como verdade absoluta. E vai ser desta forma que irei contar a história de Adão e Eva, mas de acordo com que aprendi nas minhas aulas de ciências.

Há milhares de milhares de anos atrás, numa tribo nômade situada no lugar onde hoje é África do Sul viviam os neanderthais (espécie que era dominante no planeta). E nesta tribo nasceu o Adão, com bem menos pelos que os membros da tribo costumam ver. Por causa desta diferença, ele foi rejeitado e humilhado por todos os integrantes da tribo, vivia sozinho, isolado de todos e quase não tinha amigos. Quando ele completou seus quatorze anos de idade, ele largou a tribo e sozinho ele foi até a região central da África, enfrentando savanas, insetos, animais selvagens e clima insólito. Ao chegar na região ele encontra uma grande quantidade de água de perder a vista e uma belíssima floresta ao redor destas cataratas.

Naquela floresta havia tudo de bom. Frutas à vontade. O lugar na verdade era um paraíso e nada fazia falta para ele. Certo dia, ao passear nos campos, ele vê uma árvore que parecia mágica e encantadora aos seus olhos. Era na verdade a árvore da sabedoria, do conhecimento, a árvore da vida. Aquele que comer daquele fruto poderia se tornar um sábio imortal ou morrer como um animal selvagem. Isto vai de acordo com a maneira em que este fruto for saboreado. Foi neste dia que ele tentou conversar com a árvore saudando-o.

– O que estás procurando, meu filho? – disse uma voz saindo da árvore.

Adão deu um súbito salto para trás de tanto ficar assustado. Aliás, ele nunca viu uma voz saindo de uma árvore. Por trás dela saiu alguém de vestes brancas e barbas vistosas e seu semblante trazia uma longa paz. Ele não sabia quem era, mas parecia ser o dono do jardim que por todo o tempo tem ecantado o Adão.

– Qual é o seu desejo? – perguntou este homem.

– O meu desejo é de viver neste jardim, senhor!

– Errado! Talvez não tenha entendido as minhas palavras. Portando, eu te pergunto novamente, já reformulado: qual é o teu maior desejo?

Por vários minutos ele ficou em si, refletiu e olhou para dentro de seu coração. Ele não hesitou em perguntar:

– Eu quero uma mulher, uma companheira para viver comigo, uma pessoa igual a mim para que pudéssemos ter filhos e fundar uma nova família, uma nova nação.

– Então eu atenderei o teu pedido! – disse o Senhor do jardim – Após se despertar do seu próximo sono, você terá uma bela surpresa.

O senhor do jardim virou as costa e ele praticamente desapareceu nas suas vistas ao chegar atrás da árvore da vida que possui frutos tentadores e encantados. Então, ele passa o dia em toda a sua liberdade e comodismo de viver no paraíso em plena África Central. A noite cai, suas vistas começaram a ficar pesadas e ele cai num profundo sono.

No dia seguinte, ao acordar, Adão percebe que está deitado sobre o colo de uma mulher que o acariciava amorosamente. Ele não sabia de onde veio, mas ele a olhou profundamente em seu coração e declarou:

– O que veio fazer aqui? Quem és tu?

– Eu me chamo Eva! Eu estava a procura de algo que pudesse me completar e vi que a encontrei.

– Então és tu! Tu és o sangue do meu sangue, carne da minha carne. Agora nós somos um, um único corpo que possamos gerar o fruto do amor.

– Deixei a minha família e a minha aldeia para me unir a ti! – disse a Eva.

– E abandonarei a minha vida os meus amigos para viver com você! – respondeu o Adão.

E os dois se beijaram apaixonadamente na beira do rio. Tudo parecia ter mais vida e mais movimento depois deste beijo. Depois de passeio pelos jardins, ele se encontra novamente com o senhor do jardim.

– O que senhor faz aqui?

– Apreciando o amor! Está satisfeito com a surpresa?

– Estou muito satisfeito, senhor! Posso ser teu amigo?

– Eu já sou teu amigo desde que chegou aqui! Pode ficar por aqui o quanto quiser. O que acha deste jardim.

– Maravilhoso! Que são estas plantas. Que são estes animais?

– Eles receberão o nome que você mesmo dará! Pode comer de qualquer fruto, exceto o fruto daquela árvore – disse apontando para árvore da vida – Do contrário, conhecerá a morte e o sofrimento. E sei que não está preparado para isto…

– Sim, mestre! Estou às suas ordens, e seguirei o teu conselho.

Adão continuou por longos e longos dias passeando pelos jardins do Éden. Dia após dia, ele recebia as instruções do senhor do Jardim e o casal aprendera muitas coisas com este senhor. Eles se tornaram grandes amigos que chegaram a jurar que amais irá se separar. Da mesma forma como seus antepassados, eles andavam completamente nus e eles não viam mal algum.

Era uma tarde de outono e o clima na região ficava cada vez mais ameno e fresco. Eva passeia calorosamente se enfeitando de flores e perfumando-se com rosas e músicas dos pássaros. Minutos depois, ela de depara com a árvore com que o Adão um dia se encontrou pela primeira vez com o senhor do jardim. Ela então resolve descansar e sentar para apreciar a paisagem, pois de onde ela está é possível ver toda a extensão do jardim paradisíaco. Minutos depois de suspirar e saciar dos uivares dos ventos, uma voz da copa da árvore diz:

– Qual é o teu desejo?

– Quem está aí? – replicou a Eva.

– Eu me apresento como conhecedor de todo este mundo e da verdade! – disse a voz que em seguida, se apresenta como um neanderthal elegante e vistoso.

– É da tribo do norte?

– Não! Venho do oeste. Conheço o fruto desta árvore. Ela traz uma grande sabedoria e conhecimento que graças a este fruto eu tenho.

– Jura? – exclamou arregalando os olhos.

– É verdade! O que faz aqui?

– Estou curtindo a minha vida. A melhor das vidas. O meu desejo era nunca mais sair daqui.

– Tem certeza? Quando eu falei deste fruto, uma grande curiosidade despertou em você.

– Então quer dizer que se eu comer deste fruto eu posso adquirir um grande conhecimento e sabedoria invejável neste mundo.

– Sim! Sabia que o senhor deste jardim come deste fruto? Quem sabe que sendo mulher possa ter mais sabedoria e inteligência do que senhor do Jardim. – disse o viajante se agachando – Não acho justo que vocês sejam menos inteligentes do que o senhor deste jardim, se vocês podem fazer o que ele faz.

– Tem razão! Está coberto de razão!

– Eu tenho que ir! Amanhã de manhã eu volto!

– Obrigada pela dica!

A criatura segue o seu curso, atravessando o paradisíaco jardim. Eva pensou várias vezes durante a tarde se ia ou não comer do fruto que fora proibido pelo Senhor do Jardim. A ansiedade aumentava, o desejo também, e ela não pensa outra vez a não ser levantar e pegar o fruto. Mas Eva tinha várias vezes a dúvida de conhecer a morte e o sofrimento, mas para ela, que passou anos junto com Adão, já se acostumou com a vida de paz, amor e harmonia que inundam este jardim. Eva pega o fruto, dá uma leve mordida de curiosidade e sente um sabor incalculável que aumenta cada vez mais o desejo, o libido e a vontade de querer mais.

Depois de comer todo o fruto, Eva vai ao encontro do Adão até ao lago a qual ele estava fazendo seu passeio vespertino. Alegre com a novidade, ela vai ansiosamente com o fruto.

– Adão, olha que maravilhoso é este fruto!

– Que fruto é esse!

– É o fruto que o senhor do jardim proibiu. É delicioso!

– Mas ele disse que irá conhecer a morte e o sofrimento!

– Pra falar verdade, não mudou nada ao meu respeito depois que comi o fruto. Simplesmente as coisas ficaram mais claras pra mim. Estou me sentindo tão sábia, tão inteligente…

– Então eu vou comer este fruto para ver como é. Isso desperta muito a minha curiosidade.

Adão saboreia o fruto proibido e sente a seiva do paraíso que aumentou o seu desejo e aqueceu a sua corrente sanguínea. Com tanto desejo e dos dois olharem libidinosamente entre si, os dois beijam ardentemente na qual este desejo e ardor entre os dois poderiam incendiar todo o jardim. Eles se tocam apertando com todas as forças as genitálias. Os seios de Eva se arrastam sobre Adão que suava cada vez mais. Eva sente sua vagina umedecer cada vez mais até sentir seu corpo totalmente encharcado. Os dois experimentaram a avidez pélvica até as altas horas da noite. De repente, após o ato, eles sonharam como se nunca tivessem sonhado.

Amanhece no belíssimo jardim de onde as flores se alegram, as árvores dançam sob a música uivante dos ventos e os animais de solidarizam-se. Adão e Eva dormem sorridentes como o belíssimo clima que invade a região. Eles se levantam sincronizadamente e aprecia o canto dos pássaros que quebram o silêncio do maravilhoso jardim. Eles se entreolham e se sentem envergonhados um com os outros, pois se sentem indecentes. Foi então que eles teceram para si uma folha de bananeira e taparam o sexo, evitando que sejam amostrados.

De repente, o senhor do jardim vai de encontro dentre o casal que se escondem por trás das matas.

– Adão! Eva! onde estão vocês? – gritou o Senhor do jardim, que não obteve sucesso na resposta.

O Senhor do Jardim chama novamente o casal e sem sucesso, mas na terceira vez, Adão aparece diante do senhor cabisbaixo, procurando não olhar nos olhos, conforme ele costumava conversar. Em seguida, Eva aparece também procurando manter olhos fixos no seu amado.

– Ora, amigos, porque se esconderam de mim este tempo todo. Sempre vim em paz para conversarmos abertamente e amigável. Por que agora esta vergonha?

– Acontece que eu estou nu! – disse o Adão.

– E quem foi que te disse que estás nu!

– Ninguém, senhor.

– Por acaso comestes do fruto proibido?

– Sim, eu comi! Mas não foi minha culpa, senhor!

– Então foi por culpa de quem, Adão?

Adão ficou cada vez mais nervoso e passou a ter calafrios. Ele procurava medir e esconder certas palavras para não deixar o senhor do jardim chateado, mas o nervosismo era tanto que não conseguia controlar.

– Foi por causa desta mulher! Ela quem comeu e me deu este fruto maldito!

Eva, já nervosa, passa a sentir mais ainda os calafrios em seu corpo e começa a tremer de tanto nervosismo. Ao mesmo tempo em que isso acontece, raiva que sente pelo Adão começa a fluir e a ficar mais forte. Foi então que a criatura com que a Eva tem conversado ontem à tarde aparece diante deles.

– Eva, por que comeste do fruto, já que sabes que é proibido?

– Foi por causa daquele homem! – respondeu com veemência, apontando para a criatura.

– Quem eu? – disse a criatura.

– Como eu imaginava. Sabia que vieste aqui para trazer maldição a esta casa. Estou profundamente magoado e pasmo com tudo isso que aconteceu! Quero vocês três fora daqui agora! E nunca mais ponham os pés aqui!

A criatura abre o seu recipiente e dela retira a serpente que a lança para o senhor do jardim. O mesmo rebate para mulher e morde o seu calcanhar. Eva passa a sentir uma forte dor, algo que nunca havia sentido em sua vida.

– Esta será a serpente de onde pisará a cabeça e esta morderá o teu calcanhar.

Adão, Eva e o viajante foram expulsos do jardim paradisíaco e a árvore da vida nunca mais foi vista neste mundo, nem mesmo o jardim de onde eles estavam. O casal foi para o noroeste e ali formaram uma grande família, mas tiveram de conhecer a morte e o sofrimento, conforme dissera o senhor do jardim, bem como trabalhar duro todos os dias para ter o seu sustento. Adão e Eva passaram a sobreviver a uma difícil vida de dor, tristeza e sofrimento que passaram a levar.