Conectados nas Redes, Desconectados na Vida

De que vale ter muitos amigos e seguidores nas redes sociais, se não tem ninguém com quem abraçar ou dar um aperto de mão carinho ou beijos?
De que vale ter muitos amigos e seguidores nas redes sociais, se não tem ninguém com quem abraçar ou dar um aperto de mão carinho ou beijos?

As redes sociais estão cada vez mais presentes em nossas vida, cada vez mais invasivas em nosso cotidiano, principalmente com a ascensão e a consolidação do mercado de smartphones (telefones inteligentes) e outros aparelhos conhecidos, que receberam status de inteligentes. Esse novo cotidiano criado pela internet, acabou gerando comportamentos curiosos, em que as pessoas fazem praticamente quase tudo navegando na internet, compartilhando fotos, informações e opiniões redes sociais, inclusive dizendo aos amigos (nem todos), onde está neste exato momento. De uma certa forma, as pessoas acabaram se tornando dependentes da internet e das redes sociais, onde as mesmas acessam sem nenhum controle ou moderação, chegando até mesmo a viver exclusivamente para as mesmas redes sociais.

Isso faz com que as pessoas fiquem cada vez mais distantes, sim completamente distantes, tornando cada vez mais virtual os relacionamento humano. Gestos simples como abraço, aperto de mão, carinho, beijos estão se tornando cada vez mais raros, em detrimento das mídias sociais. As pessoas, como forma de querer estarem mais presentes entre os seus contatos, acabam por fim, se tornando mais ausentes presencialmente, sendo presentes apenas virtualmente, pois para se afastar da pessoa, basta apenas bloquear ou deletar da sua lista de “amigos” ou seguidores. A virtualização de tudo, inclusive de relações humanas, acaba gerando uma nova humanidade, uma humanidade totalmente dependente das máquinas, de pessoas que são incapazes de compreender que o contato humano é muito benéfico, para o desenvolvimento cognitivo.

Com essa tendência em virtualizar praticamente tudo, acabamos por optar em ficar conectados nas redes sociais e desconectar na vida real, muita das vezes, como forma de fugir dos problemas da vida real, mas esquecem de que as redes sociais são a forma de representar a vida real. Com a virtualização de tudo, as pessoas acabam até mesmo de ter fobias a contatos humanos, as pessoas acabam tendo receios em se encontrarem em conversar pessoalmente de forma ilimitada, que não precise depender das limitações da qualidade das operadoras de telefonia e internet, que dá verdadeiras sensações reais. Esse comportamento afeta até mesmo as crianças da nova geração, o que chamamos de geração internet, onde as mesmas não sabem de muitas brincadeiras coletivas infantis dos tempos dos pais e avôs destas mesmas crianças estão cada vez mais raras, onde as mesmas crianças preferem ficar o dia todo em frente a televisão ou mexendo em computadores, celulares e outros equipamentos eletrônicos. As redes sociais, que originalmente foram feitas para promover encontros, na verdade, favoreceu o afastamento das pessoas, a eliminação dos encontros.

Está se tornando cada vez mais comum, pessoas que não tem praticamente nenhum contato físico, apenas contatos virtuais. Acabamos portanto, conectados por completo das redes sociais, e completamente desconectados da vida, esquecendo de que as mesmas redes podem trazer problemas reais. Acabamos tendo ilusão de termos tudo virtual, achando que termos amizades virtuais é tão bacana, chegando até mesmo admirar mais as pessoas com quem relacionamos virtualmente, pois ignoramos que na internet poderemos criar nossos personagens, nossas facetas, enquanto passamos a odiar as pessoas que estão perto de nós, pela sua sinceridade. Conectados nas redes e desconectados na vida o tempo todo, acabamos criando uma sociedade virtual, uma sociedade de pessoas solitárias, onde as pessoas não se cumprimentam verbalmente, só virtualmente.
Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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