A Difícil Vida de Escritor Brasileiro

No passado não muito distante, tenho publicado alguns posts, relatando sobre o livro que acabei de escrever recentemente. Eu já sabia que publicar um livro não é uma tarefa fácil, mas não imaginava que era tão difícil assim. Agora estou podendo sentir na pele, a tamanha dificuldade de se publicar um livro no Brasil e montar uma carreira de escritor. Mesmo com apoio de amigos e familiares, chega a uma situação que chega a desanimar, mas eu ainda estou determinado a não engavetar este projeto, em que gastei praticamente quase dois anos da minha vida dedicando a ele e por isso, eu coloco aqui o meu desabafo.

Sei que muitos escritores iniciantes que escreveram livros muito bons, acabaram de vez abandonando seus projetos e engavetando eternamente, fazendo com que o Brasil perca a grande oportunidade de conhecer o mais novo grande escritor nascido em seu país, devido aos constantes nãos das editoras (não está na linha editoral, é muita página, etc) e também pelos altíssimos preços que os Agentes Literários cobram pelos serviços. Muito se fala da falta de interesse da população brasileira pela leitura, mas por outro lado, não podemos culpar simplesmente os pobres leitores “preguiçosos” e sim, a mídia e as próprias editoras que pouco incentivam a leitura para a população, epecialmente a população carente. Claro que a onda de filmes baseados em livros ajudou bastante a amenizar o problema em questão. Mas isso não resolveu completamente o drama que o mercado editorial e dos novos escritores, que estes últimos são os que mais sofrem com isso, pois os filmes baseados em livros são os livros escritos pelos autores estrangeiros e facilmente se torna um best-seller.

Mesmo tendo pesquisado as dicas na Câmara Brasileira do Livro, o Escreva Seu Livro, União Brasileira de Escritores e entre outros, de nada adiantou para fazerem o papel de Simão Cirineu na via-crucis. Existem editoras que nem ao menos lêem a dedicatória do livro e acham que ele está fora da linha editorial (palavra de Thalita Rebouças e Ademir Pascale). Acho isso um absurdo e um abuso para os talentos que dedicaram meses e até anos para poderem publicarem seus livros. Muitos autores procuraram a saída em publicar o livro por conta própria, claro, desde que tenha um capital disponível para bancar. Um bom exemplo disso é o André Vianco, que tirou o dinheiro do FGTS para publicar 1000 exemplares para publicar “Os Sete” e ainda foi pessoalmente promover o seu livro nas livrarias e editoras. Eu imagino a tamanha batalha que ele encarou para em 2001 relançar o seu livro na editora Novo Século. São exemplos como esse de Paulo Coelho ou até mesmo de J.K.Rowlling (conhece Harry Potter?) que nos faz continuar animados nessa difícil batalhar de fazer com que seus livros apareçam nas prateleiras das livrarias de todo o Brasil.

O que passo a mensagem a vocês que assim como eu pretendem ser escritores de sucesso, eu quero dizer que mesmo com os constantes nãos das editoras e mesmo com a facada profunda no seu pobre e humilde bolso que os Agentes Literários gostam de fazer, jamais desistam dos seus sonhos, porque desistir dos seus sonhos é o mesmo que desistir de viver. Antes de fechar este artigo, sabia que existe uma editora brasileira com sede no bairro Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro só aceita obras de escritores estrangeiros? Agora cá entre nós: que tipo de incentivo e apoio à leitura, que tipo de apoio que as editoras estão dando desta forma? Não é um absurdo?

Bom, amigos, como já tinha falado no começo, eu não vou desistir e um dia ainda vão encontrar um exemplar de “A Pedra da Gávea – O Mundo Secreto” nas livrarias. E com certeza verão mais outros livros meus depois deste.

Artigos Relacionados:

Outros artigos:

Veja também:

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

Últimos Posts de