Considerações Sobre a Fidelidade Conjugal

A traição ocorre, porque falta amor?
A traição ocorre, porque falta amor?

Num mundo de hoje, onde amor está cada vez mais banalizado, os relacionamentos amorosos duram cada vez menos. Tanto que virou bordão entre a população, de que a família é uma instituição falida. Está cada vez mais raro, os relacionamentos amorosos durarem 10 anos. Se continuarmos a caminhar desse jeito, daqui a 50 anos, comemorar bodas de prata ou de ouro vai ser tão raro, que deveria chamar a atenção da mídia. Pois deve ser considerado um evento raro, e que deve ter repercussão mundial, já que o amor passou a ser arcaico, ultrapassado. Será um mundo frio e sem amor, o que podemos dizer, que não será muito diferente do frio mundo chamado Admirável Mundo Novo. Hoje em dia ninguém acredita mais no amor eterno, no chamado príncipe encantado, cara-metade e afins.

A maior causa deste tamanho descontentamento sobre o amor, é a infidelidade conjugal, este, o principal motivo de uma onda de divórcios cada vez mais crescentes, que está prestes a se tornar um tsunami. Existem muitas outra causas para o fim de uma relação amorosa, por mais absurdas e esdrúxulas possam parecer, mas aqui neste texto, só vamos falar da traição, o maior pesadelo de todos os casais. A infidelidade conjugal, embora muitos possam afirmar que não existem justificativas, existe um certo motivo sim, mesmo que não seja compreendido pelo companheiro. Seria um motivo para conversar amigavelmente e não para procurar culpados, julgar e condenar, pois uma grande história de amor não pode terminar com uma traição.

Algumas correntes sociais defendem que a infidelidade conjugal seja tratada como crime hediondo, onde a pessoa que o traiu, tem que pagar da mesma forma que um assassino ou um traficante de drogas, que tiraram várias vidas, ou talvez até mesmo pior que os criminosos já citados, mas este seria uma visão bem radical. Já há correntes que pregam que a traição ocorre de diversas formas: em sonhos, em pensamentos, no olhar, na palavra.   Alguns usam o ciúme para justificar a dominação, a certeza de que seu parceiro é a propriedade, onde ele é dono, o que não é válido e saudável. As pessoas são livres para amar umas as outras, e controlar, exigir não tem nada a ver com a fidelidade. Fidelidade não tem nada a ver com controle e domínio, tem a ver com a confiança e respeito.

Para não chegarmos a radicalização anti-adultério, como foi predito, de nada adianta haver fidelidade conjugal, se a relação não for saudável. Saudável, no que estou falando não é uma relação sem problemas, um namoro ou um casamento perfeito. Ele é cheio de altos e baixos, desde que as partes estejam unidas, ou seja, a união é a parte importante para o relacionamento. Dificuldades fazem parte do dia-a-dia, e basta as partes estarem unidas e envolvidas para encontrar a solução para vencer as dificuldades. Nem sempre separação é a melhor saída, mesmo que o motivo seja a traição. Uma relação saudável deve ser sustentada e pautada por três pilares: respeito, confiança e amor. Se um dos três elementos faltar para o relacionamento, este com certeza irá ruir. Elementos como diálogo, união e até mesmo fidelidade conjugal, são consequências destes três pilares em que a relação é sustentada.

Sim, a fidelidade conjugal existe por causa destes três elementos. Estes três elementos devem ser mútuos, recíprocos, pois estes também são responsáveis pelo fortalecimento dos relacionamentos. Quando você passa a respeitar o seu parceiro, respeitando o espaço de um do outro, através da compreensão e do diálogo, logicamente você passa a ser respeitado, e isso estimula a fidelidade. Quando você confia na pessoa, quando não existe nenhum segredo entre um e outro, a confiança será recíproca entre um e outro, estimulando também a fidelidade. Quando existe amor, carinho, atenção entre um e outro, isso seria maior estímulo a fidelidade. Estes três elementos, quando são desenvolvidos e estimulados, criam um forte laço de amor em que nada se romperia e com certeza, torna uma relação forte e fiel.

Observe que, mesmo em uma relação saudável, é possível acontecer casos de traição, mas estas chances são muito remotas. O curioso é que quando traição ocorre, eles são mais capacitados em superar este drama, por mais difícil possa ocorrer, o que mostra que traição não é fim de tudo, quando o amor é bem cultivado e que tem um lindo romance por muito tempo. A fidelidade tem a função de conservar laços amorosos para assim, garantir o amor eterno que muitos buscam, o que hoje em dia está se tornando uma utopia. É preciso haver diálogo e renovação, entender que a pessoa com quem convive todos dias, muda com o passar do tempo, e com isso poderem sempre caminhar juntos. Com o passar do tempo, quando os laços estão fortalecidos, a pessoa não vai se interessar em ter relações afetivas com outra pessoa.

Por fim, para manter uma relação saudável, não podemos deixar que o ciúme acabe com a saúde de um relacionamento, pois ele, por menor que seja a dose, pode se prejudicial para um relacionamento, prejudicando a confiança e por fim o respeito, pois acaba sufocando a pessoa e suprimindo a sua liberdade, ou seja, o relacionamento passa a ser uma prisão. O relacionamento saudável deve ser natural, como um rio que segue o seu curso. Quando um passa a cobrar e exigir do outro fidelidade, respeito, confiança e amor, é o sinal que o navio está prestes a afundar, e já acabou de bater em uma pedra, furando o casco. Estas atitudes que citei, dentro de uma relação saudável, vem naturalmente. Pode-se dizer com toda a certeza de que a fidelidade conjugal traz muita segurança e traz uma paz aos corações.

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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