Sob o Domínio das Máquinas: Relações Virtuais

Quais são os limites para o relacionamento no mundo virtual? E como o real pode influenciar no virtual? E o lado afetivo? São as coisas que precisam ser lembradas, para não criarmos uma geração de solitários.
Quais são os limites para o relacionamento no mundo virtual? E como o real pode influenciar no virtual? E o lado afetivo? São as coisas que precisam ser lembradas, para não criarmos uma geração de solitários.

Atualmente, estamos assistindo uma grande revolução tecnológica mundial, uma revolução que não é televisionada. Tanto que as máquinas estão cada vez mais sendo inteligentes, ao ponto de terem um raciocínio, uma personalidade e até mesmo o livre-arbítrio, que são atributos até então exclusivos dos seres humanos. A cada dia que passa, nos vemos dependentes das máquinas que nem conseguimos imaginar nossas vidas sem elas. E isso tem um ponto positivo? Não. Pois a partir do momento em que as máquinas trabalham o nosso lado afetivo e passarmos a ser dependentes delas, isso gera um transtorno que acarreta em uma sociedade como todo.

Logo, as máquinas, a tecnologia de informação mudou a sociedade e revolucionou os costumes. As máquinas deixaram de ser apenas os meros facilitadores de trabalho, e passaram a ser também, companheiros e amantes para todas as horas. Atualmente, é preciso uma pessoa do outro lado da “tela”, para isso ser possível, mas isso será possivelmente eliminado em breve, nos próximos anos. Obviamente, observamos com bastante clareza esse fenômeno, principalmente com a ascensão da computação, da internet, e por último, das redes sociais virtuais. Isso possibilita também termos amigos, companheiros, amantes, namorados e até mesmo noivos virtuais, com pessoas que moram muito distantes de nós e interagimos como se fossem vizinhos que moram na mesma rua.

O mais curioso nisso, é que costumeiramente, afastamos as pessoas que vivem perto de nós, em detrimento de maior aproximação de que mora bem longe. Em outras palavras, a internet começa a ter um grande paradoxo de aproximar os que estão longe e afastar os que estão longe, criando até um certo desconforto social, embora esse costume tem sido bastante comum. Também questionamos com muita frequência, sobre as pessoas mais legais que convivemos, são as que justamente vivem a centenas de quilômetros de você. Sim, são os sintomas desse paradoxo, e posso explicar.

O que ocorre, é que no mundo virtual, mesmo sem a menor intenção, criamos máscaras e personagens representados pelos nossos avatares, e através de palavras belas (onde é muito difícil ocorrer um gesto concreto nisso, além de outros tipos de expressão, comuns em conversas presenciais), e nos encantamos com mais facilidade, por existir somente um tipo de expressão, pois é da natureza do ser humano, o fascínio pelo desconhecido.

E com esse fascínio pelo desconhecido que acabamos tendo vários problemas que levam a distúrbios comportamentais e sociais e achamos sendo melhores pessoas do mundo, que quando um dia, se nos encontrarmos pessoalmente, passaremos a ter os mesmo problemas que costumamos ter com os vizinhos que moram ao nosso lado, pois daí, vem a decepção que traz mazelas sentimentais para a pessoa. Como eu tenho dito anteriormente, as relações virtuais não podem se resumir apenas no mundo virtual, pois grande amizades, são aquelas que são capazes de derrubar as muralhas de bytes.

Portanto, com as relações virtuais, quando temos de abandonar as pessoas reais que estão a poucos metros de nós em detrimento das pessoas que moram a centenas de quilômetros ou até mesmo de pessoas que na realidade não existem, é uma forma de forma de fugir da realidade e viver apenas no virtual. Como eu disse, é muito mais importante encarar a realidade dos fatos e ser maduro para encarar os problemas. Transformar a amizade virtual em real e ainda por cima, cultivar os bons frutos, é um grande salto para o relacionamento humano.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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