A Parábola da Distribuição de Riquezas

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Parou pra pensar do porque poucos tem muito e muitos tem nada?
Parou pra pensar do porque poucos tem muito e muitos tem nada?

Vamos imaginar que existe uma sala com 100 pessoas, e você chega a esta sala com 100 pães para distribuir. Como seria a forma ideal de distribuir estes pães? Muitos irão afirmar que seja um pão para cada pessoa presente na sala. Mas ao invés de fazer isso, você elege os 10 privilegiados e entre eles, você distribui 75 pães para estes mesmos 10 privilegiados, o que resta apenas 25 pães para os outros 90 presentes na sala.  Mas como dividir 25 pães para 90 pessoas? Isso sem falar que estatisticamente falando, cada um destes 10 privilegiados eleitos, ficaram com 7,5 pães, o que não realidade, é diferente, pois eles não imaginariam receber a metade de um pão. O que deve imaginar que dentre estes privilegiados, alguns ficaram com mais pães que os outros, mesmo dentro deste grupo de privilegiados. E o pior: eles não querem dividir com o restante da sala.

 

O que nos resta é que os outros 90 presentes de uma sala terão de disputar os 25 pães, muita das vezes usando meios violentos e bárbaros para conseguir um destes 25 pães. Isso resultaria em que apenas meia dúzia de pessoas deste montante de 90 não privilegiados consegue comer 1 pão inteiro, uma pequena parte consegue comer ao menos a metade, outros farelos, mas há muitos que não conseguiram receber nenhum pão. Lembrando ainda, que estes mesmos privilegiados ousam em distribuir estes excedentes de pães para quem está do lado de fora da sala. Quem não é privilegiado, este está sujeito a ter que se ralar muito e se massacrar, para poder ter direito a uma pequena migalha de pão. Se pararmos para observar, é assim que as nossas riquezas são distribuídas em todo o mundo…

 

É bem comum muita gente afirmar que o mundo é extremamente injusto, onde poucos tem muito e muitos tem nada  Podemos observar pessoas esbanjando riquezas, enquanto há muitas pessoas que não tem nem mesmo o que comer. Portanto, há muitos que precisam se sacrificar muito, sacrificando até mesmo o seu tempo e sua vida, para poder proporcionar meios de subsistência e sustentação, para conseguir algo que deseja. É verdade afirmar que a distribuição de riquezas não seja muito justa, pois isso acabou sendo a marca da nossa sociedade humana, que ao longo de muitos séculos, se tornou agravante. Há quem diga que foi através do egoísmo e da má distribuição de riquezas, que foi possível proporcionar o progresso, o que discordo muito. O desenvolvimento e o crescimento da sociedade como todo, só foi possível, porque foi dado a oportunidade de todos poderem crescer e se consolidar dentro da sociedade.

Mas creio que na realidade, nem sempre é possível todos terem a mesma oportunidade igual, o que faz com que oportunidades e talentos sejam perdidos e dizimados, estes mesmos talentos, que por conta da exclusão e da miséria, acabam se tornando desperdiçados por todos. A má distribuição não é um simples erro, é um problema grave, que gera graves problemas. Ao longo da história, vendo pessoas, famílias e até nações saqueando e estuprando uns aos outros, única e exclusivamente para satisfazer seus egos e ganâncias, justamente por se acharem que são superiores aos outros, como forma de explorar e consumir vorazmente. Atualmente, isso é medido através do consumo. A gente passa a trabalhar muito, por uma coisa que precisamos, para gastar tudo, com algo que não precisamos.

Logo, acho que para tornar mais justa a distribuição de riquezas, não devemos mudar simplesmente o sistema econômico, mas a mentalidade de toda humanidade, o que leva muitos séculos para que isso seja possível. Não falo em distribuição igual de renda para todos, mas de acordo com a necessidade, ainda que haja pessoas com dois pães, como há pessoas com metade do pão, o que ainda é melhor do que poucos terem mais do que necessitam, e muitos não terem nada. Eu creio que o atual sistema econômico, social e financeiro, conhecido como capitalismo entre em colapso, justamente pela promoção de consumismo voraz, que não mede consequências, promovendo ainda mais a alienação social.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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