Cada um Pertence a Todos?

O que vale mais? Conquistar várias pessoas num único dia, ou conquistar a mesma pessoa todos os dias?
O que vale mais? Conquistar várias pessoas num único dia, ou conquistar a mesma pessoa todos os dias?

Vivemos em uma era em que relacionamentos estão cada vez mais desvalorizados, por diversas questões que foram modificadas na sociedade, ao longo dos tempos. Atualmente é muito comum as pessoas falarem que as pessoas não estão mais ligando pelo amor verdadeiro e eterno. Já chegam até afirmar, usando estudos científicos, de que o amor tem um certo prazo de validade. E com isso, com o assunto de liberdade sexual, a proliferação do sexo casual e do chamado banalização do amor, acabou criando um conceito de que não somos de ninguém, não pertencemos a ninguém, pois cada um pertence a todos. Para muitos, o mais importante é pegar vários ou várias numa noite, não importando em pegar a mesma pessoa todos os dias e fazer sempre feliz.

Não estou procurando em manter um cunho moralista, nem mesmo mostrar e implementar o puritanismo no meu blog, nem mesmo defender o politicamente correto. Quero apenas mostrar que tudo na vida existe causas e consequências. Hoje se canta “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo..”, mas no fim das contas acaba sempre solitário. É muito comum algumas pessoas falaram que beijaram ou até transaram com dezenas de pessoas numa única noite, numa única festa, mas a solidão sempre batia forte. Mesmo os amigos ou amigas com quem você compartilhas as suas aventuras, dificilmente são aquelas  pessoas que estão dispostas a ajudar. Sem querer generalizar, mas que sentido faz você querer ficar com uma pessoa a cada dia, a cada hora, que muita das vezes, não se limita apenas a beijos.

Então vamos nos aprofundar na famosa frase que figura no título. Eu fiz questão em colocar como pergunta. Tirei essa frase do livro Admirável Mundo Novo, e até escrevi textos sobre esse assunto. Eu também tenho comentado em outro texto, em que há uma grande tendência a sexualidade desenfreada, deixando o romantismo de lado, visando apenas ao sexo e prazer. As pessoas deixaram de investir no amor eterno, para viver apenas no prazer momentâneo, pois a paixão está intrinsecamente relacionada ao prazer, enquanto o amor está relacionado a afetividade, à essência do ser humano, ao desenvolvimento da pessoa como todo. As pessoas estão cada vez mais deixando de lado o amor, porque amar dá muito trabalho. Para amar uma pessoa, é preciso estar disposta a trabalhar pela felicidade do outro, não vivendo em seu egoísmo, obcecado somente em si mesmo. O amor não é egoísta, nem interesseiro, mas o que ocorre em nossa sociedade, é o contrário.

Então, ainda partindo pra essa ideia, essa ideia de pertencer a todos é uma mera ilusão. Às vezes damos valor a quem não se importa nada, e desvalorizamos as pessoas que mais se importa com a gente. De que vale pertencer a todos, se não se permite pertencer a si próprio. Beijar e transar com várias pessoas em um curto período de tempo, não te fará sentir mais amado. Do contrário, ficará um imenso vazio depois de tudo. Ser a pessoa mais popular, por ser a mais sexy, a mais gostosa ou afim, não te torna uma pessoa amada. O mais importante de tudo é trabalhar no seu amor próprio para poder amar uma pessoa. Não existe sentimentos em ficar com uma pessoa por um momento. Amor não vive em um momento. Amor é eterno, é permanente, precisa se trabalhado a cada dia. Não há nada de mais belo que conquistar a mesma pessoa todos os dias.

Mais uma vez ressalto que em um relacionamento amoroso, não existe esse sentimento de posse, de um ser dono do outro. O amor de sua vida não é uma mercadoria, é parte de você. A questão de pertencer um ao outro, é poder um se entregar ao outro, e assim um tendo outro, sem possuir, sem esse desejo de tomar como se fosse um objeto e mercadoria. Pertencer ao outro seria mais que valorizar, pois a mesma pessoa estará sempre ao seu lado a todos os momentos. E isso não é a realidade de quem se costuma sair para ter vários relacionamentos num curto período de tempo, pois não somos carnes, somos pessoas que vivemos de amor. Pertencemos a nós mesmo, na nossa liberdade, vivendo no amor, onde todos se completam.

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

Últimos Posts de