Quantas religiões existem em todo o mundo? É uma pergunta pertinente e ao mesmo tempo, intrigante. O que é mais intrigante ainda, é que as mesma denominações religiosas estão se propagando dia após dia, surgindo novas religiões, novas denominações religiosas, que se divergem, que se distanciando ainda mais do mundo atual. E o pior de tudo, é que estas mesmas denominações se afirmam como verdadeiras, e mostram de forma diferente, o conceito de deus, ou por acaso vários deuses, entidades e divindades. Com esses acontecimentos e até conflitos em nome de sua religião, ou determinada doutrina religiosa, poderemos dizer que existe uma possibilidade de uma coexistência religiosa?
Isso nos leva a crer que a Coexistência Religiosa, seja uma verdadeira utopia. Nos leva a crer, pois o que vemos nas mesmas religiões, são pessoas que pregam o amor, mas não vivem o mesmo amor. Afirmam serem verdadeiras, mas não são abertas a nenhum questionamento que possa afetar consideravelmente a doutrina da mesma religião. Sim, pode parecer utopia, mas por outro lado, todo o caminho da humanidade, pode estar levando por este caminho. Repare que muitas religiões, que por muito séculos não vivem abertas a sugestões e a mudanças na sua estrutura e doutrina, em nome de sua solidez institucional, estão se definhando, caminhando para a extinção, por maior que seja a instituição, por mais histórica que seja, está caminhando para extinção, e procurando formas alternativas de se acreditar na divindade, sem estar vivendo sob pressão das doutrinas e hierarquias monásticas.
A partir dessas formas alternativas, a partir de fés não institucionalizadas, pessoas que vieram de diversas religiões, que não encontravam respostas para o sentido para as suas vidas, acabam se encontrando nestas formas alternativas. Formas que antes eram horrorizadas pelas mesmas instituições monásticas e seculares, que como muitas outras denominações, especialmente as cristãs, afirmam ser a doutrina única e verdadeira. Logo, daqui a umas décadas, uma religião que afirma que “não se pode haver salvação fora da igreja”, se tornará coisa do passado. As mesmas terão de se adaptar aos novos tempos para sobreviver e não continuar, como se estivessem ainda nos tempos medievais.
O ecumenismo, o diálogo ecumênico, é o grande passo dado para a realização da coexistência religiosa, pois é uma forma de unir as religiões cristãs, e manter em comunhão com Cristo. Como se sabe, existem milhares delas, o que traz divergências entre diversas igrejas cristãs. Portanto, o ecumenismo ainda é bastante restrito e pouco vago. As grandes instituições, teoricamente, dizem estar abertas ao diálogo interreligioso, coisa que não acontece na prática. O jeito então é partir de baixo para cima, não de cabeças que querem decidir o destino de pessoas humildes, como forma de controlar as vidas alheias, ferindo o direito ao livre-arbítrio. A coexistência religiosa é a desconstitucionalização da religião, é a forma de que todos, independente de sua fé ou crença, possam cear juntos na mesma mesa, diante do Senhor.
