Jejuns, Absinências, Sacrifícios e Promessas

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Qual sacrifício mais nobre? Subir as escadarias de joelhos ou ajudar a quem precisa?
Qual sacrifício mais nobre? Subir as escadarias de joelhos ou ajudar a quem precisa?

Em religiões abraâmicas, como o cristianismo, islamismo e judaísmo, é pregada em suas doutrinas de que devemos praticar jejum e abstinência em prol da purificação da alma e se aproximar de Deus. Também observemos que nestas correntes religiosas, que devemos nos abster de certas coisas que nos fazem mal, especialmente à nossa espiritualidade, além de se fazer sacrifícios. Portanto, em correntes cristãs, principalmente, vemos que é comum haver promessas, que envolve sacrifícios e imolação, como forma de chegar a santidade. Embora pareçam ser 4 assuntos completamente diferentes, todos tem um mesmo fim: a busca pela santidade. Mesmo assim, vamos por etapas, para entendermos melhor.

Jejum, segundo as doutrinas cristãs, é uma forma de deixar de fazer uma coisa prazerosa, como por exemplo, comer, para poder purificar a alma. É preciso também estar acompanhado de oração e vigilância sobre qualquer tentação para poder vencer contra ela. Também é através do jejum que mostramos que os desejos do espírito são mais fortes que os desejos da carne, mais forte que o instinto e desejos “mundanos”. Mas vamos entender uma coisa importante: jejum não é dieta. Lembre-se que o jejum se fará sentido, se for para ajudar a quem precisa realmente de comida. Comer o que for necessário, deixando os prazeres de lado, e dar esse excesso para quem não tem nada. É preciso também ter caridade, do contrário, passa a ser uma fé sem obras.

Abstinência poderia ser uma espécie de jejum, mas ele é mais que isso, é a renúncia total de aquilo que você tem em sua mente, em sua consciência de que aquilo não faz bem a você, que deixa você se sentir culpado e arrependido, embora seja muito prazeroso, quando comentemos. Abster-se daquilo que nos faz mal, largar tudo que nos levam pra baixo, pois isso é um ato, um sinal de fé que deveremos ter sobre nós, pois além de nos fazer bem para a nossa saúde física, mental e espiritual, a abstinência é uma forma de chegarmos a sublime consciência, à evolução suprema, e vivermos como pessoas evoluídas, livres, como as águias.

Sacrifício não é se imolar, se maltratar, se açoitar, como também não é subir uma longa escadaria de joelhos. Um sacrifício é estar disposto a dar o seu tempo, seu amor e a sua vida para o próximo. Sim, e isso é o mais nobre de todos os sacrifícios, se doar para o bem do próximo, seja para a sua vida ser salvo, ou para uma pessoa ser feliz, ou simplesmente para ver um sorriso. Você dar o que tem, para ajudar a quem precisa, também é um gesto de sacrifício, pois nos livra do egoísmo e nos sermos pessoas amáveis e cheias de luz que possam ser transmitidas num simples olhar, em cada palavra. Sacrificar é servir, é descer de sua grandeza, para ajudar o humilde.

Por último, o mais polêmico de todos, vem a promessas, promessas vão promessas vem. Eu nunca apoio promessas, pois estamos tratando Deus como comerciante, uma moeda de troca. Promessa é uma forma de vender a nossa fé para Deus, mas isso é errado, já que Deus não é comerciante. Eu não apoio promessas. De nada adianta dizer que vai subir a escadaria de joelhos, se uma pessoa for curada do câncer, e esquecer de ajudar a quem precisa. Por que não prometermos fazer uma promessa saudável, como fazer um grande bolo, chamando crianças carentes, dando cestas básicas para famílias carentes e dando carinho e atenção a aqueles que vivem eternamente na solidão? Isso pode ter certeza de que será recompensado pela sua fé, e mostrará de que a sua fé vale muito.

Devo crer que essas formas de jejuns, abstinência, sacrifícios e promessas, são as formas de nos levar à santidade. Mas portanto, vale lembrar o mais importante de todos: todos esses atos fique somente pra você, nada de ficar se exibindo para seus amigos, vizinhos e colegas. Faça o que deve ser feito, de preferência, em segredo, pois Deus quer a misericórdia e não sacrifícios, mas tem que ser feita de coração, partir de você mesmo, não porque veio de terceiro, não porque o padre, pastor falou que tem que fazer, ou porquê é Quaresma ou Ramadã. Tem que partir unicamente do seu coração, de mais nada, com toda sinceridade. Eu poderia dizer que isso tem a ver com a igreja, mas isso em nada tem a ver com a igreja, tem a ver com a santidade e chegarmos a Deus, pois não precisamos de igreja pra praticar isso, nem chegarmos até a Deus…
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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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