Quando Santos Dumont sonhava em voar e decidiu torna-la realidade. Quando ele começou a fazer os seus primeiros projetos de uma máquina mais pesada que o ar que pode voar. Quando ele voou pela primeira vez com seu 14-BIS em campos parisienses, jamais imaginava que seu invento seria transformado em máquina de guerra e muito menos, aos exatos cem anos seguintes, suas idéias seriam ridicularizadas pelo governo de seu próprio país. Um governo que trata as suas idéias como piada de salão, que relaxa ao ver os problemas da sociedade e goza da sua cara. E por causa da negligência deste governo, acontecem tragédias desnecessárias, atrasos absurdos e caos nos aeroportos. Suas idéias e seus sonhos, se tornaram protagonistas de um triste episódio da história brasileira, onde o governo simplesmente lava as mãos. Os céus de seu país que antes testemunharam o charme e a tranqüilidade de seu 14-BIS, agora, testemunham o caos, o medo, o terror e a negligência.
O que diria então o Alberto Santos Dumont, grande gênio da aviação, ao assistir todo esse caos? O que diria hoje o Santos Dumont ao ouvir de uma pessoa que sua família está sendo destruída pela aviação? Não sabemos, mas talvez cometeria a mesma atitude que cometeu ao saber que seus inventos se transformaram em máquinas de guerra ou talvez encararia o governo de seu país que lavou as mãos e o pobre injustiçado Santos Dumont, crucificado pela mídia e pela família reavoltada, influenciada pela mídia e pelos sete ventos.
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Eu achei uma vez que nunca ia conseguir escrever um texto assim. Não sei se isso é crônica ou prosa, mas é o meu primeiro texto deste tipo. Espero que gostem.