De Quem é o Papel da Educação?

A família é uma grande escola. Sim ela é. É na família que há todo o ensinamento para formar o caráter do indivíduo.
A família é uma grande escola. Sim ela é. É na família que há todo o ensinamento para formar o caráter do indivíduo.

Meus amigos, assim como muitos blogueiros da rede, comentam hoje em dia, sobre a perdição generalizada da juventude, cada vez mais desmoralizada, perante à sociedade. Conhecemos muitos jovens problemáticos, que cometem delitos sem pensar em nenhuma consequência qualquer, achando que podem fazer de tudo e mais um pouco, para ter aquela sensação de “liberdade”. Essa sensação é tão perigosa, que assistimos os jovens que gostam de humilhar as pessoas sem distinção, com maior naturalidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e até mesmo matar, sem menor dó ou piedade. A cada ano que passa, modinhas e brincadeiras cada vez mais ridículas, esdrúxulas, que invadem o universo da juventude, deixando seus pais de cabelos arrepiados, e pondo em xeque a questão da honra e dignidade.

 

Mas por que estamos falando isso? Como eu disse anteriormente, está faltando a educação. Educação não se resume a alfabetização, ensinar a fazer cálculos e ter conhecimentos gerais e científicos. Educação envolve também na formação do caráter da pessoa, do bom senso e do respeito ao próximo, tornando verdadeiramente, um ser humano formado, que tem uma vida sóbria e valorizada, perante à sociedade. Vemos o grande esforço das instituições educacionais em educar os jovens para criar uma sociedade melhor. Mas na verdade, a maior de todas a verdades, de quem é o papel da educação? Exclusivamente dos pais, exclusivamente da escola ou dos dois?

A educação dos pais é primordialmente fundamental para a formação do indivíduo, pois sem eles, o indivíduo passa a ser reduzido a um mero animal perante à sociedade. Na natureza, cabe aos pais a passar os ensinamentos para seus filhos, o que sabem e também a sua visão do mundo para que os mesmos filhos possam também trabalhar nessa visão, podendo moldar, repetir ou até mesmo rejeitá-los. Mas existe também a escola, que ensina a ler, escrever, fazer cálculos, conhecimentos gerais, conhecimentos científicos, etc, podendo ainda os ensinamentos da escola entrar em conflito com os ensinamentos familiares. A educação familiar é insubstituível e não se deve dar total responsabilidade à escola pela educação. A escola deve ser sim, companheira na educação e na formação de seus filhos.

Há aqueles que defendem de que não há necessidade de uma escola para formação de seus filhos e por isso, seus filhos são educados, pedagogicamente falando, dentro de casa, mas sem precisar ir até às escolas. Esse método de educação é não é novo, é mais antigo que as pirâmides do Egito, ou seja, é um método que perdura há milênios. Mas por que a necessidade de uma escola? Por que criar uma escola, se as famílias daquela época ensinavam tudo dentro de suas casas? Qual seria o papel da escola naquele momento, assim como também hoje em dia? Aí que vem a chave da questão, que figura o título deste post.

A educação escolar tem um foco diferente da educação familiar.A educação familiar tem o foco no indivíduo, nesse caso, o filho, que embora ele prepara para se relacionar com outras pessoas, ele não se foca nessas outra pessoas que ele relaciona, apenas unicamente no indivíduo. É um ensino isolado, específico, completo, protetor e parcial. Já a educação escolar, ela tem que pensa em todos, não focado em um único indivíduo. Assim como na família, também se prepara para o relacionamento com o próximo, embora esse ensinamento não esteja explícito na grade curricular da escola, mas indiretamente, foca como todo. É um ensino generalizado, fragmentado e também deve ser imparcial, ou seja, tem que estar adaptado para que todos possam aceitar e adaptar nos seu dia-a-dia, conforme o indivíduo, mas por outro lado, não forma identidade da pessoa, o que cabe a família preencher essa lacuna, naturalmente deixada pela escola. O ensino escolar, é técnico, enquanto o ensino familiar, é afetivo.

Isso significa que a família deve assumir o papel de formar o caráter e a identidade e como lidar com esses elementos, perante a muitas outras identidades que a sociedade oferece. Enquanto a escola se preocupava em determinar o comportamento padrão e às vezes, “mecanizado”, enquanto a família pensa na formação do ser humano, em construir a própria identidade. Claro que quando a escola se preocupa demais em impor seu comportamento padrão, usando como pretexto, o excesso de zelo pela disciplina, isso passa a ser problemático, quanto para o aluno que estuda nesta instituição, quanto para a família deste aluno, pois também os ensinamentos passam inevitavelmente a entrar em conflito. Impor comportamento padrão, não significa manipular as pessoas e sim, dar à pessoa, de que existem regras dentro da escola e que precisam ser cumpridas, para que esse aprendizado seja aplicado também na sociedade. E isso, nós chamamos de princípio de respeito. Logo, a pessoa só se torna uma pessoa de caráter, quando seus pais realmente assumiram o seu papel.

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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