Autocobrança é Bom?

Autocobrança, culpa, pesadelos, lamentações e dentre outros que podem nos levar aos piores agouros. Mas vamos olhar pelo lado bom das coisas: a autocobrança pode nos livrar do veneno do comodismo. Quantas vezes paramos para refletir sobre o lado bom das coisas?
Autocobrança, culpa, pesadelos, lamentações e dentre outros que podem nos levar aos piores agouros. Mas vamos olhar pelo lado bom das coisas: a autocobrança pode nos livrar do veneno do comodismo. Quantas vezes paramos para refletir sobre o lado bom das coisas?

Vivemos em um mundo onde as pessoas vivem preocupadas demais com as coisas, num eterno e complexo corre-corre que toma conta de nossas mentes, onde queremos ser os melhores e sermos os perfeitos em tudo. É em busca da nossa relativa perfeição, é em busca de querer sermos melhores em tudo que acabamos vivendo dando cobranças e mais cobranças uns aos outros. De tanto viver em correria, acabamos vivendo em pressões constantes e queremos portanto ter tudo pra ontem. E de tanto cobrar e cobrar e ficamos cada vez mais ansiosos e insatisfeito com tudo e todos. Esse tipo de ciclo vicioso acaba por fim nos jogando pra baixo, nos desanimando e acabamos até entrarmos em depressão, em estado profundo de tristeza.

A tartaruga ficou se cobrando ou seguiu em frente?
A tartaruga ficou se cobrando ou seguiu em frente?

Quando existe cobrança, é para haver um certo benefício a todos, para haver uma meta a cumprir, desde que esta meta seja realista e a mesma não seja fantasiosa. A cobrança é positiva, quando a mesma nos incentiva a não viver no comodismo, ou seja, podermos realizar nossos sonhos. É preciso acima de tudo, realizarmos os nossos sonhos e desejos, realizarmos as nossas vontades, nos sentir realizados e completos. A cobrança, a autocobrança, mesmo que esta seja para si mesmo, neste caso, isso passa a ser uma coisa positiva. O problema que ocorre em nossa sociedade, é que acabamos criando metas fantasiosas e irreais e ainda dependendo dos outros para resolver as nossas vidas. Isso nos faz a levar a uma grande frustração e tristeza e a várias doenças da alma.

Então eu devo dizer que tenho que fazer metas mais simples? Sim. O mais simples possível, o que não impede de podermos sonhar alto e bem alto. Se você vive de um salário mínimo, não pode ficar se cobrando a vida toda para comprar um castelo na Europa. Quando firmamos a nossa meta, elas devem estar de acordo com a nossa realidade. Não estou contradizendo ao texto que escrevi outrora sobre realizar grandes sonhos e grandes feitos. O que quero mostrar, é que para se ter um castelo, é preciso construir pedra por pedra, não construir de uma vez. Ao contrário da sociedade, que quer construir grandiosidades em curtíssimo espaço de tempo, com a justificativa que o tempo é muito curto.

Sim, é verdade que tempos uma vida muito curta, um tempo curto para se fazer tantas coisas, mas creio que temos um tempo o suficiente para realizar aquilo que era o nosso propósito para a nossa vida. O propósito, como digo, não é chegar ao pós doutorado, e ter um emprego, cujo um mês de salário daria pra comprar um carro seminovo. Nada contra isso, mas devemos ter consciência das nossas capacidades e limitações. Não viva se cobrando por não ser igual a todos. Você é único. Lembre-se que nem tudo na vida é igual a dinheiro. Lembre-se de pessoas que se mataram por anos nas cadeiras das universidades e hoje não conseguem o emprego que querem e exercem as profissões que nem exerceram. Pense nas pessoas que largaram tudo por um prazer passageiro e hoje choram amargamente. Quantas são as pessoas que trabalham para ter bens materiais, só para ostentação, mas vivem mergulhados em dívidas e mais dívidas.

Para que autocobrança seja positivo, é preciso acima de tudo, olhar para o lado bom e o lado ruim das coisas, mas veja majoritariamente o lado bom. Você pode chegar as nuvens, mas sempre mantenha os pés no chão, pois existem montanhas pra isso. É preciso sim fazer o trabalho de formigas. As grandes coisas, nasceram dos pequenos gestos e das pequenas coisas, as mesmas pequenas coisas que trouxeram grandes diferenças. Concluindo tudo, o bom da autocobrança é sair do comodismo e o ruim, é quando criamos expectativas muito além do que podemos chegar neste presente momento. O sucesso depende de pequenos passos dados, ao invés de grandes saltos, que às vezes nos fazem cair, ao invés de nos manter em pé.

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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