Lidando Com a Solidão

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Solidão seria não ter ninguém por perto, ou sentir um vazio em seu interior?
Solidão seria não ter ninguém por perto, ou sentir um vazio em seu interior?

Ao longo de nossa vida, nos deparamos e cruzamos com as pessoas, que vem e vão, seja qual for o motivo, ou até mesmo sem nenhum motivo aparente. Vivemos, caminhamos, crescemos, amadurecemos. Ao longo de nossas vidas acabamos nos alegrando e até mesmo chorando. Ao longo de nossas vidas fazemos muitas escolhas, aproveitamos cada momento, ou ficamos perdendo tempo se lamentando por cada erro cometido no passado. Mas nesta vida, podemos ter muitos e muitos amigos, a ponto de você ser saudado por cada pessoa para qualquer lugar de onde for, acabando com que a pessoa acabe se tornando uma pessoa muito popular em seu meio. Sei que muitos devem achar legal ser bastante requisitado, receber sempre as visitas em casa e ainda participar de bastante festas e eventos sociais, em outras palavras, ter uma vida socialmente ativa. Mas ter muitos amigos, ser muito popular e ainda por cima, ter uma vida social bastante badalada, acaba custando um preço, o que na verdade seria deixar de ser você, e ao receber o chamado “choque da realidade”, acaba percebendo a sua identidade e inclusive a sua felicidade. Quando a gente passa a ser sinceros e verdadeiros, a gente acaba vendo a nossa popularidade se esvaindo, o nosso círculo de amizades reduzindo ao máximo, até ao ponto de que você percebe que está sozinho.

Então quer dizer que ser sincero e verdadeiro é ruim? Não necessariamente. Ser sincero não significa que deve pisar e humilhar as pessoas, ser sincero seria ser verdadeiro e mostrar que podemos ser livres em ser o que realmente somos.Ser sincero tem a ver verdadeiro, mas pode ser sincero sendo gentil e bondoso, tornando-se confiável, passando bem a segurança para as pessoas, pois as pessoas esquecem muito disso, de passar a segurança e a confiança para os outros, em vez de procurar pisar e destruir uns aos outros, humilhar uns aos outros, simplesmente para massagear o nosso orgulho e o nosso ego, a ponto de querer sempre nos mostrar pros outros, e mais ainda, para poder usar e manipular as pessoas, simplesmente para poderem acatar as suas vontades e caprichos. Portanto, concluindo esta obervação, veremos que não existe nada de tão ruim em sermos sinceros e verdadeiros, mas é ruim sim querermos ser hipócritas e pisar nas outras pessoas, justamente para ter o prazer de massagear o ego, ser superior e inclusive, manipular outras pessoas.

Daí, em meio a pessoas populares e com as pessoas que foram (muito) populares, a solidão muita das vezes bate a porta da nossa vida. A sensação que muita das vezes nós temos, é que quando a solidão bate a nossa porta, a mesma felicidade vai embora, pulando pela janela. Acaba por fim, a gente nos entregando a desespero total, pelas pessoas não gostarem mais da gente e acabamos com a nossa sensação de que somos verdadeiramente invisíveis às pessoas, sendo completamente ignorados pelo nosso meio social, que outrora foi bastante badalado. De fato, para lidarmos com esta mesma solidão, devemos entender que para isso ter acontecido, que seja por conta da nossa sinceridade, ou de fato sermos verdadeiros, vale a pensar que não vale a pena viver com as pessoas que não nos fazem bem, com as pessoas que não são verdadeiras com a gente mesmo, Mas se for o caso de estar sozinho por conta das maldades que tem causado aos outros, vale a pensar e repensar sobre os seus conceitos e atitudes, fazendo uma boa reforma ínfima e uma boa viagem ao interior de seu ser. Mas se for por outro caso ou por outro motivo, seja porque é estranho, ou porque é diferente, pense que não vale muito a pena ser diferente e que as pessoas que procuram ser iguais as outras, não costumam ser felizes.

É verdade que a solidão muda as pessoas, da mesma forma que a solidão pode também nos enlouquecer. Passamos várias horas e até vários dias nos lamentando por isso, e até mesmo perguntando o real motivo de viver isolado, ignorado e ainda por cima ser taxado de anti-social, seja por terceiros, seja por nós mesmos. Talvez a mesma solidão nos leva a reflexões muito interessantes, que nos leva a nos amadurecer verdadeiramente, para que possamos enxergar as pessoas com quem vivemos e convivemos, com outros olhos, com olhar mais crítico e preciso, sem ao menos correr nenhum risco de ter ilusões, expectativas infundadas e decepções. Se a gente não procurar nos conhecer a nós mesmos, a nossa capacidade e não procurar nos amadurecer, entregando puramente ao nosso desespero, acabamos por inclusive, nos entregando a loucura. A solidão pode enlouquecer sim, como pode ser uma maior ferramenta para o nosso amadurecimento. Basta simplesmente ter fé, esperança e cabeça no lugar, para que nada do nosso caráter se perca.

Mas vale lembrar também que a solidão pode ocorrer também em momentos que possuímos uma vida social muito badalada, justamente porque dentro de nós sentimos um grande vazio, na qual não estamos tendo a capacidade de preencher o nosso interior. Que nos momentos de solidão, possamos inclusive viajar para o nosso interior e ainda praticando a arte suprema da invisibilidade, ou seja invisível para qualquer pessoa que possa derrubar seus planos e seus projetos. Lembre-se de que você não depende de ninguém para construir a sua vida e a realizar seus sonhos. Precisa inclusive ter uma confiança em si mesmo, pois as pessoas com quem convivemos, que achamos que somos muito amados e desejados e que temos muitos amigos, lembre-se que nem todos são amigos. E também passarmos a sermos sinceros, mas termos a diligência e a bondade para poder lidar com os nossos próximos.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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