Segunda Meta: Garantir Educação Básica de Qualidade Para Todos

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“Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.” (Pitágoras)

Quando assistimos diariamente as notícias sobre a violência, corrupção ativa dos poderes públicos, a fome e a miséria, como foi dito no artigo sobre a meta anterior, acidentes de trânsito, entre outros, as mentes mais sensatas logo pensariam: está faltando educação neste país! E como falta! Em 2000, quando foi firmado as metas do novo milênio, cerca de 113 milhões de crianças estão longe das salas de aula no mundo todo, segundo as estatísticas*. Muitas delas mal sabem ler, nem escrever. Vale lembrar também que é grande, o número de adultos analfabetos, semi-analfabetos ou não completaram a educação básica.

A falta de educação, combinada com a fome e a miséria, gera problemas sociais diversos (como a violência), chegando a gerar caos em centros urbanos. 
Porém, de nada adianta colocar a criança na escola, se a própria escola não tem a capacidade de prover uma educação de qualidade, que de fato, capacita o aluno a encarar plenamente o mercado de trabalho e a vida em geral. Infelizmente, grande parte das escolas estão nesta situação. E isto é altamente gravíssimo, pois desta forma, nunca saberemos se vamos ter uma sociedade intelectual e atuante em todas as classes sociais. Não há garantias de que um cidadão formado está apto a encarar os desafios que a sociedade oferece.


Em países, como no Brasil, com a massificação do Ensino Superior (faculdade), o Ensino Médio (colegial) passou a ser nada mais e nada menos do que o rito de passagem e preparação para o vestibular. A massificação do Ensino Superior trouxe pontos positivos para a sociedade, mas trouxe pontos negativos em relação ao mercado de trabalho. Os cursos técnicos do nível médio, praticamente não têm nenhum valor, nem mesmo o diploma universitário, pois os formados em universidades, estão praticamente exercendo as funções para quem é formado no Ensino Médio. Logo, pós-graduação, cursos de especialização, mestrado e doutorado, são as grandes exigências do mercado para se ter um emprego considerado decente. Então vale a pergunta de um milhão de dólares: de que vale a universalização da educação básica, se as portas do mercado de trabalho não são abertas (se é preciso cumprir as exigências descritas neste parágrafo)?

Por outro lado, muitos pais cometem a loucura de tirar seus filhos da escola e colocarem para trabalhar, para ajudar no sustento da familia. Eles, na verdade, estão dando o tiro no próprio pé, sem falar que estão roubando o futuro de seus filhos, pois isto traz consenquencias nada agradáveis. Ainda hoje existem crianças nesta situação, e a quantidade é muito maior do que se imagina. Isso não se restringe apenas em lavouras e áreas rurais, como também acontece em centros urbanos. A escola passou a ser o elemento pejorativo e secundários nestas famílias. Outro fator que preocupa os profissionais da área de educação, é a evasão escolar. Um dos principais fatores ligado a este “fenômeno”, é a falta de preparo dos professores em promover o ensino de qualidade, tanto profissional, quanto moral, pois muitos professores estão mais preocupados com o dinheiro que vão receber do que se o aluno está aprendendo a sua matéria. O professores (especialmente os do ensino público), justificam isso devido aos baixos salários, planos de carreira e outros direitos. É preciso investir pesado na educação (como treinamento e capacitação dos professores, maior integração da escola com a sociedade e combate ao analfabetismo, por exemplo), pois desta forma, será possível cumprir esta meta.


Por fim, vale lembrar que a responsabilidade da educação dos filhos são dos pais, mas a escola tem um papel de sua grande parceira na educação dos nossos filhos. Isto significa que nós não podemos jogar toda a responsabilidade da educação para a escola e ficar sem nenhuma preocupação na formação deles. O que ajuda muito também na formação do indivíduo, e o constante diálogo dentro da família sobre as coisas da escola, pois faz com que os filhos estejam completamente motivados em aprender e a encarar os desafios da sociedade. Assim, poderemos dizer: “Educação para todos. Nós podemos!”

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* A respeito das estatísticas que foram informadas neste texto, eu duvido muito de que seja esta quantidade, que foi divulgada pois acho que tem muito mais criança fora da escola do que foi informado nas estatísticas. Essa dúvida ficou em aberto, devido a informação de que 1,2 bilhão de pessoas estejam abaixo da linha de pobreza. Os dados sobre as estatíscicas foram tiradas do site do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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