Política, Pão e Circo

postado em: Cotidiano, Governo | 7
Recentemente tem saído nos jornais que o César Maia teve a maior reprovação da avaliação do seu governo. A justificativa que ele dá é por causa do desmoronamento do Túnel Rebouças que ocorreu em este ano. Nós, eleitores com juízo sabemos que não é bem assim: vemos o César Maia insistindo em implantar a aprovação automática nas escolas públicas, vemos o César Maia mandando guardas municipais espancar os camelôs que buscam o seu sustento em meio ao desemprego, vemos o César Maia fazendo descaso com os hospitais e inclusive criando um hospital de fachada. Vemos o César Maia fazendo promessas mirabolantes que jamais irá conseguir cumprir, vemos o César Maia aumentando abusivamente as passagens de ônibus (…) bem, acho que o Túnel Rebouças foi só o a ponta do Iceberg dos motivos que levaram o César Maia ter o alto índice de reprovação. Isso sem falar da rixa de criança de 2ª série do ensino fundamental com os governos estadual e federal atrapalhando até mesmo o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, que também atrapalhou a organização dos jogos Pan-Americanos que aconteceu este ano.

Por outro lado, é claro que há muitos políticos corruptos no Brasil todo, infelizmente. A corrupção passou a ser o atributo do político, ao invés da honestidade e a característica altruísta do líder de um povo que só quer o bem comum a todos, como existia em comunidades antigas. Hoje vivemos aqui a política do pão e circo, de onde os governos distribuem os cheques-cidadãos e bolsas-famílias para a população carente só pra massagear o ego desta burguesia hipócrita e politizada. E por falar em circo, vemos a população gastando mais do que eles mesmos ganham para pagar ingressos caríssimos de uma celebridade e saímos cantando por aí que o Brasil é o país do terceiro mundo ou então esquecemos dos tiroteios nossos de cada dia e miséria para ver um jogo no Maracanã. Temos uma falsa ilusão de que o Brasil é o país do futuro que existe a democracia só porque podemos escolher Renans Calheiros, Garotinhos, Collors, Lalaus para chefiar o governo, para mais tarde ficarmos falando mal deles por quatro anos.

Também existe outro grupo de pessoas que andam dizendo por aí: “Não vote! Revolução se justifica” ou então para votar nulo. Isso é válido até o certo ponto: não seremos nós que vamos escolher e vai ser como era nos anos entre 1965 e 1985, onde as eleições eram decididas no tapetão (jargão futebolês) ao invés de serem decididas nas urnas. Por outro lado, sou contra o voto obrigatório e isso tem mesmo que acabar, já que o voto não-obrigatório fortalece a democracia e aumenta o compromisso político com a população, não somente com a falida classe média, mas com a população de baixa renda que apela para pirataria e ilegalidade para não se sentirem excluídos no meio social. Então pergunto: que democracia é essa que estamos vivendo, onde nem todos têm acesso aos recursos essenciais, como saúde, educação, emprego e poder aquisitivo o suficiente para alimentação, vestimenta e lazer?

Apesar de tudo, ainda acredito que o Brasil vai crescer, pois o povo não depende mais das de decisões políticas e sabemos que seria impensável jogar todas as responsabilidades nas mãos de um governo como em uma sociedade socialista, uma idéia boa que não deu certo. Acho que cada um fizer a sua parte e não ficar preso e alheio às promessas políticas esperando a chuva cair do céu. Ao invés disso, faremos a nossa parte para o desenvolvimento e também, é claro cobrar compromisso do estado com a população, pois não basta só reclamar, tem que protestar, tem que participar do desenvolvimento da democracia brasileira, pois pelo andar da carruagem, a democracia está sendo muito hipócrita.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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